sábado, 20 de abril de 2019

NEODARWINISMO

NEODARWINISMO 

 O neodarwinismo ou teoria sintética da evolução combina as causas da variabilidade com a seleção natural. Estudos genéticos mostram que os fenótipos dos indivíduos resultam da ação do meio sobre os respectivos genótipos. Um genótipo é capaz de originar vários fenótipos, porém esses fenótipos só irão se manifestar caso encontrem um ambiente adequado. 

As variações fenotípicas podem ser hereditárias ou não hereditárias. Hereditárias são expressões fenotípicas resultantes de diferentes genótipos. Já as variações não hereditárias ocorrem devido à influência do meio sobre o genótipo. É pela reprodução que são transmitidos os caracteres das espécies de geração em geração. Enquanto a reprodução assexuada tende a manter as características, a reprodução sexuada tende a aumentar a variabilidade dessas populações e das espécies. 

O neodarwinismo é baseado nas ideias de Darwin e considera que as mutações gênicas e a recombinação gênica geram a variabilidade gênica entre as espécies. Essa variabilidade sofre uma seleção natural gerando indivíduos adaptados às condições do meio. 

Uma população é formada por indivíduos resistentes e sensíveis, ou seja, existe uma variabilidade entre os indivíduos. O meio pode eliminar indivíduos sensíveis favorecendo os resistentes e estabelecendo-os como indivíduos selecionados. Esses indivíduos selecionados irão se reproduzir e gerar descendentes promovendo a adaptação dessa espécie à modificação do ambiente. 

Um exemplo clássico de neodarwinismo são as bactérias resistentes aos antibióticos. O uso inadequado de antibióticos elimina bactérias sensíveis e seleciona as bactérias resistentes. Essas bactérias se proliferam, promovendo sua adaptação aos antibióticos, ou seja, ao meio. 


Fixismo
Existiram numerosas hipóteses fixistas ao longo da história da Biologia, sendo duas mais conhecidas: a hipótese da geração espontânea e a hipótese criacionista.

A hipótese da geração espontânea foi apresentada originalmente por Aristóteles determinando que os seres vivos fossem cópias imperfeitas de formas perfeitas de uma ideia. Assim, considerava que os seres vivos seriam constantemente formados, a partir de matéria não viva como o pó e estariam organizados num plano eterno e imutável, pelo qual os organismos não teriam a possibilidade de alterar as suas características.

A hipótese criacionista é baseada na reunião de escritos bíblicos e das teorias universalmente aceitas de Aristóteles. Essa hipótese considera que Deus criou todas as espécies, animais e vegetais, num único ato. Após esse momento, as espécies permaneceriam imutáveis, sendo qualquer imperfeição resultante das condições ambientais.

Especiação
O fenômeno da especiação define-se por mecanismos, que ao longo do processo evolutivo, impedem o livre fluxo de genes entre duas espécies, de forma definitiva, resultando na formação de uma nova espécie. Esse processo é determinado pelo isolamento geográfico (rios, montanhas, florestas, lagos, etc.) que impede os cruzamentos. Assim, os grupos separados da população original podem acumular diferenças adaptativas e originar novas espécies.

O isolamento reprodutivo é estabelecido quando os indivíduos tenham ficado isolados geograficamente por um período tão longo que os tornam incapazes de se reproduzirem entre si. Esse mecanismo impede a troca de genes entre as populações das diferentes espécies existentes na natureza.

O isolamento reprodutivo pode manifestar-se de duas formas: através de mecanismos que antecedem o zigoto (impedimento da formação) ou alterações após a formação do zigoto.
Quando não há troca de genes com populações de outras espécies, os fatores evolutivos que atuam sobre essas populações terão uma resposta própria. Dessa maneira, o isolamento reprodutivo explica a enorme diversidade do mundo biológico.

O isolamento reprodutivo não se refere à esterilidade. Duas espécies podem estar reprodutivamente isoladas devido a fatores comportamentais ou ambientais que impendem o fluxo gênico, não significando que as mesmas são estéreis. As espécies apresentam comportamento reprodutivo, entretanto não entre elas. 


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Irradiação Adaptativa
Indícios mostram que a evolução dos grandes grupos de seres vivos aconteceu a partir de um grupo ancestral cujos componentes, através do processo de especiação, possibilitaram o surgimento de espécies relacionadas.

A irradiação adaptativa é o fenômeno evolutivo na qual uma única espécie pode dar origem a uma grande variedade de espécies. Portanto, a partir de uma espécie inicial, pequenos grupos iniciaram a conquista de novos ambientes, sofrendo uma adaptação que lhes possibilitou a sobrevivência nesses meios. Desse modo teriam surgido novas espécies que em muitas características apresentavam semelhanças com espécies relacionadas e com a ancestral.

Um exemplo clássico da irradiação adaptativa corresponde aos pássaros fringilídeos de Galápagos estudados por Darwin. Os pássaros fringilídeos são originários do continente sul-americano e irradiaram-se para diversas ilhas do arquipélago. O grupo de pássaros que originou os outros é chamado de fundador. Crê-se que o grupo fundador chegou a uma das ilhas maiores e ali viveu por algum tempo, até que por algum motivo alguns indivíduos do grupo migraram para as outras ilhas, ficando isolados por tempo suficiente para que ocorresse o processo de especiação. Os grupos adaptaram-se às condições peculiares de cada ilha e, consequentemente, originaram bicos em formatos diferentes de acordo com o tipo de alimentação disponível em cada ambiente.

Para que a irradiação adaptativa aconteça uma condição é fundamental. É essencial que os organismos possuam no seu material genético as condições necessárias para a ocupação de um novo meio, de um novo ambiente. Consequentemente, a seleção natural adaptará a composição do grupo ao meio de vida. 



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